Quando a gente pensa em África, a primeira imagem que vem na cabeça é tribos negras e animais selvagens. Não foi o caso. Minha primeira experiência no continente africano, foi o Egito. E, mais uma vez, não foi o Egito que você está pensando, das pirâmides, esfinges e faraós. Meu destino foi Hurghada, um novo pólo turístico à beira do Mar Vermelho.
Como todo destino turístico, o transporte normalmente é feito em ônibus, carregados de turistas que nem sequer saem dos resorts onde estão e pouco se importam em conhecer a cidade mais próxima. Eu quase não fui exceção à regra. Na primeira manhã, já fui instruído sobre os perigos reservados aos aventureiros que não compram os pacotes e excursões da operadora de turismo que os levou para lá. Em questão de minutos, ficou claro que todas as outras operadoras são compostas por trapaceiros, que todos os taxistas querem te roubar e que escolher restaurante por conta própria é considerado crime federal.
Como meu objetivo era descansar e mergulhar, tive que resistir bravamente aos esforços desesperados dos guias para me vender passeios de buggy nas dunas, passeios de barco pelo Nilo, ou visitas de ônibus para Luxor, Cairo, Alexandria e até Israel (!).
Isto significa que , excluindo o mergulho (que eu vou descrever daqui a pouco), eu passei 3 dias sobrevivendo ao padrão de qualidade do resort egípcio. A comida: terrível (sorte que a minha dieta não é marcada pela variedade ou pelo prazer). O conforto: terrível (o quarto não tem nem sabão). O profissionalismo: terrível (o camareiro pediu para eu ficar com as moedas de Euro que ele tinha e dar notas em troca).
Mas logo ali ao lado está o Mar Vermelho.
Assim como o Mar Negro, é difícil entender porque ele não é chamado Mar Azul. A água é cristalina e de uma visibilidade absurda. Tão absurda que ela acabou fazendo o equipamento de mergulho parecer meio desnecessário: tudo que eu vi no fundo podia ser visto da superfície com o snorkel. E por ser rico em corais, o Mar Vermelho oferece bastante flora e fauna marítima em pouquíssimo espaço, fazendo mergulhos de curta duração extremamente satisfatórios. Olhe as fotos.
Ao contrario dos turistas que acreditavam estarmos cercados por estelionatários e seqüestradores, resolvi ir para o centro da cidade. A sensação que eu tive quase confirmou os avisos dos guias. Parecia que eu estava entrando numa favela do Rio de Janeiro: ruas de terra, paredes com os tijolos à mostra, dezenas de carros e motos sucateados por todos os lados, e o comércio mais básico possível. Apesar das aparências, comi o melhor camarão da minha vida.
Para quem achava que ia voltar só com um bronzeado, Hurghada foi uma experiência e tanto.
Fui.
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When we think of Africa, the first thing that pops in our minds is black tribes and wild animals. Not the case. My first experience in the African continent was Egypt. And once again, not the Egypt you are probably thinking about, with pyramids, sphinxes and pharaohs. My destination was Hurghada, a touristic spot by the Red Sea.
Like every touristic spot, transport is mainly done by buses, loaded with tourists that normally never leave the resort they chose and rarely get to know the city nearby. I almost didn't manage to be an exception to the rule. Right on the first day, they bombarded me with all the dangers and threats reserved to those who dare not buy the adventures and excursions suggested by the travel agency that sent them there. In a matter of minutes, it was clear that all other travel agencies were controlled by crooks, that all taxi drivers are thieves, and that choosing a restaurant by yourself is considered a federal crime.
Since my main goal was to rest and to dive, I had to put up a real fight to contain the guide's desperate efforts to sell quad rides, boat rides on the Nile, or bus trips to Luxor, Cairo, Alexandria and even Israel (!).
What that means is that, besides the scuba diving excursion, I spent 3 days trying to survive the quality standards of an Egyptian resort. The food was terrible (luckily my diet is not famous for its indulgence or the importance of taste). Comfort was nonexistent (the rooms don't even have soap bars). And professionalism is a word yet to be taught (the chambermaid asked me to keep her Euro coins and give her notes instead).
But right at our doorstep was the Red Sea.
The Red Sea is just like the Black Sea when it comes to how like their names do justice to their color. They both should be called Blue Sea. The water is crystal clear and the visibility is unreal. So unreal, in fact it made the whole SCUBA thing a little dull (or at least redundant). Everything I saw at the bottom could be seen from the surface while snorkeling. Being rich in both corals and marine life, the Red Sea offers a lot in very little space, making short dives completely satisfying. Check the pictures.
Then, contrary to the tourists who believed we were surrounded by crooks and kidnappers, I decided to go downtown. The first impression almost confirmed all the warnings given by the guides. It seemed like I had arrived at a favela (slums) in Rio: unpaved roads, brick-naked walls, tons of stripped-to-the-bone cars and motorbikes scattered all over, and only the most basic shops. Despite appearances, I had the best shrimp of my life, while the busboy was shushed away by the waiter for continuously asking for money.
For someone who thought he'd come back with nothing but a tan, Hurghada was quite an experience.
See ya.
1 comment:
estive aqui e viajei mais um poiuquinho virtualmente, com voce. bj e que bom ter experimentado , em meio ao caos, um camarão especial. bj
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