Algumas semanas atras, eu tive uma experiencia muito interessante. Foi o show do Faith No More. Para quem nao sabe (acho que nao eh o caso aqui), Faith No More foi a banda que popularizou o funk rock (estilo que o Red Hot Chilli Peppers capitalizou em cima) e aquele corte de cabelo “cabelo comprido, raspado por baixo”. Em outras palavras, uma daquelas bandas que marca uma geracao (no caso, a minha).
O destino dessas bandas que voam para o topo eh sempre o mesmo: os caras piram e a banda acaba. Nada de novo. Ou voce cresce e esquece da banda. No primeiro caso, voce nunca mais ve a banda ao vivo. No segundo, voce ve a banda ao vivo, mas nao conhece metade das musicas novas. No terceiro caso, quando a banda se reune apos 10 anos de separacao, voce ouve as musicas que gosta e conhece ao vivo. Eh como se um momento querido da sua vida, de repente, voltasse aa vida.
E nada melhor do que curtir um show de quem sabe fazer show. Se quem sabe faz ao vivo, Mike Patton eh PhD em palco. A comecar pela parafernalia: 2 microfones, 2 megafones e um radio de policia com efeitos sonorous. Um som tao gutural e agressivo que nao estranha ele ter sido contratado para fazer a “voz” de todas as criaturas da noite em I Am Legend.
Logo na primeira musica, ele notou um mal atual dos shows de rock: ninguem mais pula. Fica todo mundo parado tirando foto ou filmando. Logo que ele percebeu isso, soltou um berro daqueles e se jogou na galera. Metade das cameras voltaram para os seus devidos bolsos e o povo comecou a se empolgar. Para ganhar ainda mais apoio, esculachou a galera do VIP. “Se voces sao ricos mesmo, joguem dinheiro aqui para baixo.” A pista foi aa loucura.
Enfim, um show que era para ser apenas mais um show se tornou um show inesquecivel para mim e, provavelmente, para o grupo que assistiu aa mudanca radical de attitude e resolveu voltar ao palco 3 vezes para o bis (uma delas quando os roadies jah tinham inclusive desconectado microfones e tudo). Sensacional. Se o Faith No More passar pela sua cidade, vah no show.
Fui.