Wednesday, August 19, 2009

Casamento I.

Recentemente, fui ao meu primeiro casamento russo. Se voce nao sabe o que eh um casamento russo, clique aqui para ter uma ideia. Tradicionalmente, eh fora da cidade e dura dois dias. O do meu amigo tambem foi fora da cidade, num resturante onde os mafiosos acertavam suas diferencas, mas durou um dia soh.
A grande diferenca em relacao ao casamento tradicional brasileiro eh a importancia de cada etapa: cerimonia (importancia 0) e festa (importancia 10). A noiva chega e vai para o altar. O noivo chega e vai para o altar. Eles trocam aliancas, selam tudo com um beijo e pronto: hora de celebrar. A celebracao eh tanta, que ateh tinha um mestre-de-cerimonias coordenando tudo (vale a pena ver a foto no flickr). Ele explicava cada atividade e animava a galera (com vodka) a cada 5 minutos.
Depois dos 3 minutos de cerimonia, cada par de convidados recebe uma fita e forma uma fila na saida do altar. Cada pessoa escolhe a altura que quer segurar a fita e o resultado eh um labirinto de fitas. O casal tem que passar por todas as fitas juntas, simbolizando a ultima dificuldade a ser enfrentada no casamento.
Dai, vai todo mundo para um salao com comida ateh o teto. (Juro que eu nunca comi tanto e nao cheguei nem perto da sobremesa.) E comeca a farra. Cada pessoa presente tem que fazer um discurso em homenagem ao casal. Cada discurso eh seguido de uma dose de vodka. 40 convidados... Bem, faca a matematica e voce vai entender o video acima. Ninguem sai de lah andando.
Entre um discurso e outro, atividades para manter o pessoal animado. Parece gincana do Viva Noite (ou Domingo Legal). Tarefas com bexigas, desenho, danca, corrida, copos, beijos, etc. Ao final de cada uma, o MC toca uma musiquinha heroica, faz um recap e sugere mais um drink.
Eu, por sorte, estava tomando remedio e nao podia beber. Caso contrario, nao lembraria de nada do que aconteceu nesse dia tao especial. Serah que eh isso que os casais querem dizer quando se perguntam: "Como eh que eu casei com esta pessoa?"

Fui.

Monday, August 17, 2009

Sonho de qualquer crianca. Ou melhor, meu sonho de crianca.

Mes passado eu fui visitar a fabrica da Wrigley’s. Eh um dos clientes que eu cuido e um dos maiores fabricantes de chicl… Ops, chiclete eh marca da Adam’s… Um dos maiores fabricantes de goma-de-mascar do mundo. Voce nao deve conhecer a Wrigley’s porque o Brasil eh dominado pela Cadburry, mas em breve vai ter ai tambem. Enfim, isso nao vem ao caso.
Voamos para Sao Petesburgo e chegamos a uma das maiores fabricas da Wrigley’s. Tudo impressionantemente grande, limpo e cheiroso. Mas o melhor ainda estava por vir. Depois de uma sessao de fatos que eu nao memorizei e um monte de regras de seguranca, nohs nos vestimos e entramos num mundo magico, que eu sempre quis conhecer (mesmo com uns 25 anos de atraso).
Logo na primeira area, Hubba-Bubba. Eh o Bubbaloo daqui. Caixas de goma-de-mascar passando por todos os lados e um delicioso aroma artificial de frutas. Aqui, o primeiro sonho se realizou. Em fabrica de brinquedos ou pneus, a rebarba da producao eh de plastico. Aqui, a rebarba eh goma-de-mascar, muuuuuuita goma-de-mascar. Kilos e kilos, para ser exato. A orientacao do funcionario foi clara: “Pode comer aa vontade”. Eh o tipo de orientacao que, se eu tivesse 6 anos de idade, daria um tilt no meu cerebro. Quase deu. Enterrei a mao na massa e coloquei na boca o quanto cabia. E assim foi: em cada etapa de fabricacao, mao cheia, boca cheia e olhos vidrados na producao infinita.
O unico problema que eu tive foi na area de sabores. Pensei comigo: “Eu adoro o sabor desses produtos, mas eh sempre meio diluido. Hmmm. E se eu comesse direto do galao?”
Aqui vai o dialogo entre eu e o funcionario (jah traduzido):

EU: Voces tem o sabor concetrado?
Func.: Sim. Em poh e liquido.

EU: Voce pode me dar um pouco?
Func.: Claro. Me de sua mao. (Inocente. Achou que eu queria olhar.)

Imediatamente, coloquei o poh na boca. O funcionario arregalou os olhos como se tivesse visto uma assombracao. Pior que a cara de terror dele, foi a minha cara de terror na sequencia. Em questao de segundos, nao sentia mais minha lingua nem minha boca. Parar de respirar parecia ser o passo seguinte. Corri para o bebedouro e engoli com muita agua o poh que ainda estava colado nos dentes. Minha garganta adormeceu, mas passou a agonia. O funcionario da fabrica (agora mais calmo), explicou o motivo do nosso pavor comum. A relacao de sabor x produto eh: 1 kilo de sabor (poh) para 5 TONELADAS de goma-de-mascar. A concentracao que eu coloquei na boca era suficiente para, pelo menos, 50 kilos de produto.
Depois de uns 30 minutos, jah estava tudo ok. Estavamos de volta ao escritorio central, fazendo uma degustacao dos produtos (como se nao tivesse sido suficiente) e recebendo a ultima orientacao da fabrica: nao tirar fotos.
Ops, parece que foi um dia atipico. Como todo sonho.


Fui.