Dia 9 de maio foi o aniversario de 65 anos do final da 2a Guerra.
Aqui ele eh chamado de Dia da Vitoria.
E foi mesmo.
Mais um dia de descanso.
Mais um dia com o tempo perfeito (eles bombardeiam o ceu, como voce sabe).
Eu consegui acordar e ir para perto da Praca Vermelha tendo dormido 2 horas.
Pelo que eu percebi, a celebracao desse ano foi extremamente especial pelo aniversario de 65 anos, mas tambem por ser (provavelmente) o ultimo grande jubileu com veteranos ainda vivos.
Vamos ver o que eles vao fazer ano que vem.
Fui.
Thursday, May 13, 2010
Tuesday, May 04, 2010
Bem-vindo ao Japao. Welcome to Japan.
Para ser bem sincero, eu nao sei por onde comecar a escrever esse post. Apesar de ser um antigo sonho, ir para o Japao foi uma viagem para dentro de mim mesmo e uma festa para os sentidos. Meu chefe, que morou lah, disse: «Andreas, ir para o Japao eh o mais proximo que voce pode chegar de ir para outro planeta sem sair da Terra». Nao podia ser mais verdade.
Por isso, esse post vai ser uma avalanche de comentarios, emocoes e sensacoes que eu tive durante a viagem. Meu roteiro foi o seguinte: Toquio, Hiroshima, Miyajima, Kioto, Nara e Fujikawaguchiko. Foi um roteiro escolhido quase ao acaso, mas que me mostrou um pouco de cada faceta do Japao: tradicao, cultura, natureza e historia. Sugiro voce fazer o mesmo.
Apesar do roteiro (ou talvez por causa dele), nao vou separar o post por cidades: vou falar sobre algo maior, que eh estar nesse arquipelago intra-terrestre.
Para comecar, o que eh o Japao? O Japao eh uma terra de contradicoes. Eh um lugar onde voce pode estar cercado dos mais modernos arranha-ceus e, de repente, a 20 metros dali, estar num templo de 1000 anos, no meio das arvores no mais completo silencio. Onde as pessoas que estavam a honrar seus antepassados, saem para uma slot machine house, com centenas de caca-niqueis gritando e piscando sem parar. Onde ha maquinas para tudo: limpar seus oculos, secar guarda-chuvas, comprar cigarro, bebidas e ateh comida quente. Onde as coisas custam caro, mas o metro te devolve 10 centavos, caso voce nao tenha usado tudo que depositou no cartao. Onde dinheiro eh feito de papel bom e eh mais aceito que cartao. Onde poucos falam ingles (bem), mas todos estao prontos para te ouvir e te ajudar o quanto for necessario. Onde as pessoas gostam de voce pelo que voce eh e nao pelo que voce tem. Onde voce eh livre para vestir o que quiser (literalemente), mas todos os trabalhadores usam terno. Onde todos parecem voar a peh, de trem ou de metro, mas tudo eh feito com calma e cerimonia. Onde todos pensam em todos, mas respeitam as diferencas (sem inveja). Onde os trens voam a 300 quilometros por hora, mas nunca chegam 1 segundo mais cedo do que o previsto. Nem mais tarde (a media anual de atraso dos trens eh 0.3 minutos). Onde voce cruza o pais (a bordo desses mesmos trens) quase no mesmo tempo que voce precisa esperar para comer o sushi do Sushi Dai, no mercado de peixes em Toquio. Onde toda a comunicacao publica eh feita por meio de ilustracoes infantis, mas as criancas tem educacao e maneiras de adultos. Onde tudo eh entregue a voce frente a frente com as duas maos, seguido de uma reverencia (os vendedores saem de tras do balcao para entregar as compras). Onde a natureza nao eh apenas bonita, mas tambem parte da vida cotidiana (Macacos, tartarugas, cervos, etc. Todos vivem livres pela cidade). Onde se fala sobre o Monte Fuji com o mesmo respeito que outros paises falam de Deus. Onde a sexualidade eh contida no ambito publico, mas nao condenada ou escondida. Nao existe certo ou errado, moral ou imoral. Tudo eh certo desde que voce e a outra pessoa queiram fazer. Nao ha falta de pudor ou falsa moral pois todos sao livres e responsaveis pelas proprias escolhas. Eh o pais onde todas as pessoas vivem com um celular na mao, mas voce soh ve duas marcas: Soft Bank e Apple. Onde tudo eh perfeitamente embalado e, normalmente, tao saboroso quanto. Onde voce deve que experimentar de tudo que aparecer pela frente, dormir pelo menos uma noite num Ryokan (hoteis tradicionais), viajar de trem bala, se sentir pequeno perto do Monte Fuji, deixar a historia e a tradicao mudarem o jeito que voce pensa. Para melhor. Eh um pais onde os templos nao tem santos ou decoracoes, pois voce «reza» para os seus antepassados e nao para santos ocos, que nao sao nada mais do que mitos esculpidos em madeira e cobertos de ouro. Onde o jardim mais famoso tem apenas pedras cercadas de cascalho pois o jardim de verdade estah dentro de voce.
Independente de tudo isso, saiba que a experiencia que voce vai ter no Japao vai depender do Japao que voce trouxer consigo na mente e no coracao.
Fui.
A
PS – Assista Lost In Translation, caso ainda nao tenha visto.
To be honest, I don't know how or where to start this post. Even though going to Japan was an old dream, the trip itself happened inside of me and it was a feast for the senses. My boss, who lived in Japan, told me: «Andreas, going to Japan is the closest you can get to going to another planet without leaving Earth». He couldn't be any closer to the truth.
That's why this post will be an avalanche of comments, emotions and sensations I've felt during the trip. I went to the following cities: Tokyo, Hiroshima, Miyajima, Kyoto, Nara and Fujikawaguchiko. The selection was quite random, but it gave a good picture of each remarkable thing about Japan: tradition, culture, nature and history. I suggest you do the same on a first trip to Japan.
But despite the cities I went to (or maybe because of them), I decided to make a general post about the country. About something greater, which is being in those intra-terrestrial islands.
For starters, what is Japan? Japan is a land of contradictions. It's a place where you can be surrounded by the most modern skyscrapers and then, suddenly, 20 meters from there, be inside a 1000 year old temple, in a forest, embraced by the utmost silence. Where people who were honouring their ancenstors, go straight to a slot machine place, where hundreds of machines shout and beep and blink their lights. Where you have machines for everything: cleaning your glasses, drying your umbrella, buy cigarettes, drinks and even hot meals. Where things are expensive, but the metro will give you 10 cents back in case you didn't use up all your credit. Where money is made of good paper and it's more accepted than cards. Where very few people speak English (well), but eveyone is ready to listen and to go out of their way to help you. Where people like you for what you are and not what you have. Where you are free to wear whatever you feel like (literally), but every single employee wears a suit. Where people seem to fly by foot, bus or train, but everything is done slowly as part of a ceremony. Where everyone thinks about everyone, but respect difference (without envy or jealousy). Where trains fly at speeds over 300 km/h, but are never ahead of time. Or behind (last year's average delay was 0.3 minutes). Where you can cross the country (in these very same trains) in the same time it takes you to get a place at Sushi Dai, inside Tokyo's Fish Market. Where all public announcements are made in the form of childish illustrations, but the children are as polite and well behaved as adults. Where everything is handed to you, with both hands, followed by a bow (shop vendors will leave the cashier and walk around the counter just to hand you your items). Where nature is not only beautiful, but part of everyday life (mokeys, turtles, deers, etc. All live freely in the cities). Where you speak of Mount Fuji with the same respect other countries talk about God. Where sexuality is not explicit in public, but also not condemned or hidden. There's no right or wrong, moral or immoral. Everything is right if you and the other party wants to do so. There's no false moral because people are free to choose and responsible for their choices. It's a country where everyone has a phone in their hands 24/7, but you only see 2 brands: Soft Bank and Apple. Where everything is beautifuly packed and tastes just as good. Where you must try every food you come across, sleep at least one night at a Ryokan (traditional hotel), ride the bullet train, feel small next to Mount Fuji, let history and tradition change the way you think. For the better. It's a country where temples have no saints or decoration because you pray for your ancestors and not hollow icons, which are nothing more than myths sculpted in wood and covered in gold. Where the most famous garden has nothing but rocks surrounded by smaller rocks because the real garden is inside of you.
Despite all that, be sure that the experience you will have in Japan will depend on the Japan you take there with you, inside your heart and your mind.
Cheers,
A
PS – Watch Lost In Translation, in case you haven't done so yet.
Por isso, esse post vai ser uma avalanche de comentarios, emocoes e sensacoes que eu tive durante a viagem. Meu roteiro foi o seguinte: Toquio, Hiroshima, Miyajima, Kioto, Nara e Fujikawaguchiko. Foi um roteiro escolhido quase ao acaso, mas que me mostrou um pouco de cada faceta do Japao: tradicao, cultura, natureza e historia. Sugiro voce fazer o mesmo.
Apesar do roteiro (ou talvez por causa dele), nao vou separar o post por cidades: vou falar sobre algo maior, que eh estar nesse arquipelago intra-terrestre.
Para comecar, o que eh o Japao? O Japao eh uma terra de contradicoes. Eh um lugar onde voce pode estar cercado dos mais modernos arranha-ceus e, de repente, a 20 metros dali, estar num templo de 1000 anos, no meio das arvores no mais completo silencio. Onde as pessoas que estavam a honrar seus antepassados, saem para uma slot machine house, com centenas de caca-niqueis gritando e piscando sem parar. Onde ha maquinas para tudo: limpar seus oculos, secar guarda-chuvas, comprar cigarro, bebidas e ateh comida quente. Onde as coisas custam caro, mas o metro te devolve 10 centavos, caso voce nao tenha usado tudo que depositou no cartao. Onde dinheiro eh feito de papel bom e eh mais aceito que cartao. Onde poucos falam ingles (bem), mas todos estao prontos para te ouvir e te ajudar o quanto for necessario. Onde as pessoas gostam de voce pelo que voce eh e nao pelo que voce tem. Onde voce eh livre para vestir o que quiser (literalemente), mas todos os trabalhadores usam terno. Onde todos parecem voar a peh, de trem ou de metro, mas tudo eh feito com calma e cerimonia. Onde todos pensam em todos, mas respeitam as diferencas (sem inveja). Onde os trens voam a 300 quilometros por hora, mas nunca chegam 1 segundo mais cedo do que o previsto. Nem mais tarde (a media anual de atraso dos trens eh 0.3 minutos). Onde voce cruza o pais (a bordo desses mesmos trens) quase no mesmo tempo que voce precisa esperar para comer o sushi do Sushi Dai, no mercado de peixes em Toquio. Onde toda a comunicacao publica eh feita por meio de ilustracoes infantis, mas as criancas tem educacao e maneiras de adultos. Onde tudo eh entregue a voce frente a frente com as duas maos, seguido de uma reverencia (os vendedores saem de tras do balcao para entregar as compras). Onde a natureza nao eh apenas bonita, mas tambem parte da vida cotidiana (Macacos, tartarugas, cervos, etc. Todos vivem livres pela cidade). Onde se fala sobre o Monte Fuji com o mesmo respeito que outros paises falam de Deus. Onde a sexualidade eh contida no ambito publico, mas nao condenada ou escondida. Nao existe certo ou errado, moral ou imoral. Tudo eh certo desde que voce e a outra pessoa queiram fazer. Nao ha falta de pudor ou falsa moral pois todos sao livres e responsaveis pelas proprias escolhas. Eh o pais onde todas as pessoas vivem com um celular na mao, mas voce soh ve duas marcas: Soft Bank e Apple. Onde tudo eh perfeitamente embalado e, normalmente, tao saboroso quanto. Onde voce deve que experimentar de tudo que aparecer pela frente, dormir pelo menos uma noite num Ryokan (hoteis tradicionais), viajar de trem bala, se sentir pequeno perto do Monte Fuji, deixar a historia e a tradicao mudarem o jeito que voce pensa. Para melhor. Eh um pais onde os templos nao tem santos ou decoracoes, pois voce «reza» para os seus antepassados e nao para santos ocos, que nao sao nada mais do que mitos esculpidos em madeira e cobertos de ouro. Onde o jardim mais famoso tem apenas pedras cercadas de cascalho pois o jardim de verdade estah dentro de voce.
Independente de tudo isso, saiba que a experiencia que voce vai ter no Japao vai depender do Japao que voce trouxer consigo na mente e no coracao.
Fui.
A
PS – Assista Lost In Translation, caso ainda nao tenha visto.
To be honest, I don't know how or where to start this post. Even though going to Japan was an old dream, the trip itself happened inside of me and it was a feast for the senses. My boss, who lived in Japan, told me: «Andreas, going to Japan is the closest you can get to going to another planet without leaving Earth». He couldn't be any closer to the truth.
That's why this post will be an avalanche of comments, emotions and sensations I've felt during the trip. I went to the following cities: Tokyo, Hiroshima, Miyajima, Kyoto, Nara and Fujikawaguchiko. The selection was quite random, but it gave a good picture of each remarkable thing about Japan: tradition, culture, nature and history. I suggest you do the same on a first trip to Japan.
But despite the cities I went to (or maybe because of them), I decided to make a general post about the country. About something greater, which is being in those intra-terrestrial islands.
For starters, what is Japan? Japan is a land of contradictions. It's a place where you can be surrounded by the most modern skyscrapers and then, suddenly, 20 meters from there, be inside a 1000 year old temple, in a forest, embraced by the utmost silence. Where people who were honouring their ancenstors, go straight to a slot machine place, where hundreds of machines shout and beep and blink their lights. Where you have machines for everything: cleaning your glasses, drying your umbrella, buy cigarettes, drinks and even hot meals. Where things are expensive, but the metro will give you 10 cents back in case you didn't use up all your credit. Where money is made of good paper and it's more accepted than cards. Where very few people speak English (well), but eveyone is ready to listen and to go out of their way to help you. Where people like you for what you are and not what you have. Where you are free to wear whatever you feel like (literally), but every single employee wears a suit. Where people seem to fly by foot, bus or train, but everything is done slowly as part of a ceremony. Where everyone thinks about everyone, but respect difference (without envy or jealousy). Where trains fly at speeds over 300 km/h, but are never ahead of time. Or behind (last year's average delay was 0.3 minutes). Where you can cross the country (in these very same trains) in the same time it takes you to get a place at Sushi Dai, inside Tokyo's Fish Market. Where all public announcements are made in the form of childish illustrations, but the children are as polite and well behaved as adults. Where everything is handed to you, with both hands, followed by a bow (shop vendors will leave the cashier and walk around the counter just to hand you your items). Where nature is not only beautiful, but part of everyday life (mokeys, turtles, deers, etc. All live freely in the cities). Where you speak of Mount Fuji with the same respect other countries talk about God. Where sexuality is not explicit in public, but also not condemned or hidden. There's no right or wrong, moral or immoral. Everything is right if you and the other party wants to do so. There's no false moral because people are free to choose and responsible for their choices. It's a country where everyone has a phone in their hands 24/7, but you only see 2 brands: Soft Bank and Apple. Where everything is beautifuly packed and tastes just as good. Where you must try every food you come across, sleep at least one night at a Ryokan (traditional hotel), ride the bullet train, feel small next to Mount Fuji, let history and tradition change the way you think. For the better. It's a country where temples have no saints or decoration because you pray for your ancestors and not hollow icons, which are nothing more than myths sculpted in wood and covered in gold. Where the most famous garden has nothing but rocks surrounded by smaller rocks because the real garden is inside of you.
Despite all that, be sure that the experience you will have in Japan will depend on the Japan you take there with you, inside your heart and your mind.
Cheers,
A
PS – Watch Lost In Translation, in case you haven't done so yet.
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