Friday, July 15, 2005

Tecnologia e raca.

Ontem foi uma noite de gloria. Ontem, chorei de alegria e "assisti" o jogo com os amigos. Animal. Eu na Ucrania, eles no Brasil. Na foto eu sou o de branco, na mao do de preto. A tecnologia eh linda. Radio Jovempan ao vivo e Skype bombando com o pessoal. Parece que a gente esta na esquina e nao do outro lado do mundo. Local, alias, reservado para a proxima grande conquista Tricolor.
Como nao tenho palavras para descrever a vitoria e a sensacao de ser o unico tricampeao das americas, uso aqui o relato de um companheiro de estadio.

Antes de ler, contudo, clique aqui para entrar no clima. Boa leitura:

AMOR AO TRICOLOR

Marcelo C Martensen
Tricampeao da America


A espera foi longa e dolorosa. Ano apos ano suportando a pirraca alheia com estigma de frieza nos pes. Mais do que nos, torcedores, ele sofreu com o “fantasma” do tricampeonato e trabalhou arduamente por este objetivo. Ontem, enfim, levantou a taca de campeao sul-americano, com todos os meritos.

Porem, por uma ironia do destino, na grande decisao o sempre presente goleiro artilheiro Rogerio Ceni, capitao do tri, quase nao apareceu. Teve sua grande chance em uma penalidade, mas a bola, arredia, teimou em fugir de suas maos e preferiu o choque com a trave. A bola e Rogerio mal se encontraram no jogo final, mas o decorrer da competicao foi suficiente para que ambos nao se preocupassem com isso.

Um pouco a frente, tres mosqueteiros deram conta do recado, sobre o comando do pujante Lugano, um uruguaio de alma brasileira. Ao seu lado, Fabao e Alex: o primeiro, testador de oficio, fuzilou a meta alheia em seu gol; o segundo, entrelacou-se com um avante adversario e permitiu o unico erro da boa arbitragem platina.

Nas alas, dois gigantes do vaivem – embora pequenos: Junior, pentacampeao mundial, e Cicinho, futuro hexa do Brasil. Talvez a cena de maior destaque na partida nao tenha sido nenhum dos 4 gols, mas a vibracao a esmo do miudo Cicero ao rebater uma bola para a lateral, mostrando sua vitalidade e comprometimento com o titulo.

No meio, o mago Josue e a formiguinha mineira carregaram o piano po-de-arroz. Com forca, astucia e disposicao, dominaram as acoes da meia cancha e, em pouco mais de 6 meses de clube, conquistaram tudo o que disputaram.

Ha ainda o sonolento Danilo, que em seus lampejos de craque, ressurgiu ao leu em diversas partes do campo, como por tele transporte, criando jogadas de gols, como a do primeiro. Talvez entao, o sono que se atribui ao meia nao seja justo, e, quem sabe, trata-se de apenas uma artimanha do atleta para passar despercebido pelos rivais.

Do outro lado do campo, no ataque, uma dupla de velhos amigos trilhava por caminhos diferentes: um, recem-chegado, outro, recem-partido. Amoroso chegou nas semifinais da competicao e substituiu o idolo Grafite alem do esperado. Marcou o primeiro gol da decisao, renomeou o estadio e mostrou que o verdadeiro artilheiro do amor esta no “Morumtri”, e nao hipoteticamente as margens do Tiete.

Ja Luizao, que chegou desacreditado, deu a volta por cima e, com 28 gols – um deles em impedimento –, conquistou a torcida em pouco tempo, e as lagrimas em sua despedida deram o tom do envolvimento. No inicio da etapa complementar, o beijo na redonda e o abraco no companheiro de ataque mostraram que o amor ao Tricolor nao estava somente nas arquibancadas.

Arquibancadas estas que mais uma vez deram show, por meio de quase 72 mil fanaticos. Os sao-paulinos mostraram a sua importancia para a equipe, contrariando os menos entendedores do ludopedio, e provaram que, apesar de serem a 3a maior torcida do pais, ainda sao a 1a no coracao de muitos.

E nao podemos esquecer do chanceler tatico, Paulo Autuori, que com a sobriedade de sempre, comandou o triunfo com trabalho, empenho e sapiencia. Sem falar no dedo do tecnico, que ao colocar Souza e Tardelli, reservas de luxo, mostrou que a sorte, aliada a competĂȘncia, tambem joga neste time.

Os 4 a 0 foram irretocaveis, e nao me coube aqui citar lances detalhados de uma vitoria incontestavel, diante da importancia maior que foram os herois desta conquista.

O tricampeonato sul-americano eh a nova realidade do maior clube do futebol brasileiro, e que o leva mais uma vez ao Oriente, lugar ao sol onde os verdadeiros campeoes do mundo desfilam seu futebol.

A nos, pobres mortais, cabe apenas felicitar os vencedores e continuar aderindo as tres cores, nas quais o amarelo nunca teve espaco.

Eu amo o TRIcolor, e sou plenamente correspondido.


Bjs.

1 comment:

Andreas Toscano said...

Ae, Fredao. Do cara**o. Parabens. Sera o nascimento definitivo de uma nova mega-banda? Tomara.
Ao ultimo comentario, por favor, se possivel, se identifique. Mas valeu.

Abrassssssssssssss